Fênix

Fênix

Hoje, sou ave solitária

Que voa entre nuvens frias

Com asas feridas

E tonteia no ar.

Mas sou uma fênix

E sei que não demora

Renascerei das cinzas

E voarei alto... Inteira

Porque é assim que o Criador me fez

Pra voar feliz... Além das colinas

E pousar leve... Uma ave menina

Que renasce mulher.

(Sirlei L. Passolongo)

Sonhos de Vidro

Sonhos de Vidro

Quando o amor se vai

Resta no peito a mágoa

Dos sonhos estilhaçados

E vem a angustia

Os dias que eram de sol

Hoje, são dias nublados

Enfim, as perguntas

Que não tem respostas

São sonhos desfeitos

Risos que viraram nuvens

E uma tela fria 

Tingida de lembranças

Tudo se quebrou

Eram sonhos de vidro.

(Sirlei L. Passolongo)

Guardei-te...

Guardei-te...

Guardei-te

Com tantas minúcias

Em todos os meus planos...

Eras do meu céu, o anjo.

Guardei-te feito a nuvem

Que guarda a chuva

Feito a roseira guarda a rosa

E espera o inverno passar...

Guardei-te em meus olhos

Que não me vêem mais.

Guardei-te tanto

Agora, 
Não sei onde me encontrar.

(Sirlei L. Passolongo)

O amor nos planos de Deus

O amor nos planos de Deus

Não quero esse engano

Da felicidade que disfarça a lágrima

Quero a verdade

Que transborda da alma quando sorri

Pelas bênçãos alcançadas...

Não quero o vão das horas

Em que o peito agoniza

Quero o barulho dos anjos

Ensurdecendo o vazio...

Não quero um ensaio

Onde a peça é cortada ao meio

Quero a cena completa,

Viver inteiro o que está escrito

Por Deus para minha vida...

Não aceito não para meus sonhos

Por que Deus diz sim! Para o amor

E o amor reside em todos os meus planos.

(Sirlei L. Passolongo)

Um dia você sentirá...

Um dia você sentirá...

Um dia você irá sentir saudades,
e vai doer tanto em você que irá me procurar;
e não vai mais me encontrar...
então sentirá exatamente isso
que estou sentindo agora,
uma dor que queima,
que esfacela o peito...
Uma dor que amarga feito fel
que me faz desejar morrer
e aí você irá entender o quanto eu te amava,
entenderá que todas as vezes que te chamei
era meu coração que gritava,
que todos as vezes que chorei
era minha alma que sangrava
e quando esse dia chegar,
estarei tão distante de você
que apenas terá lembranças do meu rosto,
mas serão lembranças tão fortes
que me verá pelos cantos da casa,
em outros rostos pela rua,
assim como vejo você.
(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Esse olhar que não sorri

Esse olhar que não sorri

Esse olhar

Que trago agora

Na face

Cansada da espera

Não sorri

Como outrora

Em que fitava de perto

Os olhos pelos quais

Hoje, chora.

Esse olhar

Guarda tantos traços

E se perde no espaço

Sonhando um reencontro,

Persiste... Não se convence

Que os olhos que ele guardou

Foram-se embora

E hoje, fitam

Outro amor...

(Sirlei L. Passolongo)

Lembranças de quem ama

Lembranças de quem ama


Eu não sei dizer
o que houve entre nós.
Sei que era mágico
como o entardecer de outono
Era encantador
como noites de Lua cheia
em que até o mar
se veste de vermelho...
Não sei dizer
se era pra ser fugaz
Uma centelha
que risca o horizonte
e deixa no espaço
um rastro de estrelas...
Ou se era pra ser eterno
e por fim,
se fez efêmero.
Sei que vivemos plenamente
como vivem os lírios no inverno,
vestidos de uma beleza divina,
nos vestíamos com nossa pele
Num amor caliente,
ao mesmo tempo, apaixonado...
Envolvente
como são os bulbos
que envolvem as açucenas.
E, agora,
é saudade que queima
feito canaviais
em dias de sol ardente...
Assim, são as lembranças
de alguém que ama como te amo.
Só não era pra ser
mais um poema.

(Sirlei L. Passolongo)

Coisas secretas

Coisas secretas

Deixa-me falar

Coisas secretas...

Quando seu cheiro

Invade meu quarto

Na impressão

De que está

ao meu lado...

Meus olhos te buscam,

As mãos se assustam

Quando dão conta do vazio

Do seu travesseiro.

(Sirlei L. Passolongo)

Polens de Deus

Polens de Deus

Há instantes

em que a alma

grita num silêncio

tão nosso...

O riso se desfaz

feito polens...

Os sonhos

se tornam migalhas

Mas basta fechar os olhos

e clamar a Ele...

Os polens semeiam rosas

E a Vida, enfim...

Se transforma.

(Sirlei L. Passolongo)

E se a gente notasse...

E se a gente notasse...

Que o tempo tem passado

E o passado não volta no tempo.

É tempo pra dar um tempo

E perceber...

Viver é agradecer

Na calmaria do amanhecer

Sem ânsia de tudo querer

Porque o tempo das horas

Passa assim...

Rindo, como diz na canção

De Caymmi

Zomba de você

E de mim...

E passa sem pedir licença.

Por isso... Agradeço, hoje

Sua doce presença.

(Sirlei L. Passolongo)

Cumplíces

Cúmplices

Quando duas pessoas se amam,

as respostas chegam antes das perguntas...

Os olhares são cúmplices,

traduzem desejos

que os unem,

laços

de alegria e sonhos

desenhados

por duas mãos...

Talvez por isso,

eis o símbolo do amor,

O coração.

(Sirlei L. Passolongo)

Aguarde...

Aguarde...

Há dias que a gente quer tanto algo

e não aceita esperar.

Esquecemos das roseiras

que aguardam em silêncio

o tempo de abrir seus botões em cada galho

para o jardim enfeitar...

Esquecemos da Lua

que espera o próximo eclipse

para seu amor abraçar.

E a gente não quer esperar...

Porque nos falta mais que paciência,

Talvez a fé das rosas,

elas têm certeza 
que a Primavera irá chegar

ou a serenidade da Lua,

embora cheia de saudades

não deixa de encantar.

Ela acredita! O Eclipse voltará.

Aguarde...

Seus sonhos irão se realizar.

Há um Anjo da Providência...

Tecendo cada um deles

como tece as rosas

e a luz do luar.

(Sirlei L. Passolongo)

Anjos especiais

Anjos especiais

Há anjos

Que chegam

Voando silenciosos

Mal se ouve

O barulho das asas.

Há anjos

Mais espalhafatosos

Se esbarram pra todo lado

Fazendo graça...

Há anjos que choram por quase nada

Há anjos que riem de quase tudo

Mas todos são anjos especiais

Enviados do Édem

Pra nos darem paz

E nos protegem com seus escudos...

São anjos assim que dão esperança ao mundo.

Você é um deles! Por isso jamais se Vá!

(Sirlei L. Passolongo)

No Silêncio de Deus

No Silêncio de Deus

Eu estava triste...

Sem direção,

Quando

Menos percebi

Alguém me olhava

De modo tão especial.

Um olhar tão doce

Que me sorria

Sem nada dizer...

Um silêncio maravilhoso

De quem me conhecia

Como pessoa alguma.

Ele estava ali

Segurou-me as mãos

Fez meu caminhar tão leve

Que as nuvens pareciam

Terem vindo ao solo...

Não era preciso pronuncia

Ele falava comigo

Naquele olhar de abrigo

E me tocava de uma luz

Preciosa...

Derrubava do meu peito

Toda mágoa...

E em silêncio Ele me olha

Realiza meus sonhos

E enche de paz minha vida

E minha alma.

(Sirlei L. Passolongo)