Saudade da infância

Saudade da infância é coisa boa

Uma rua tranquila

Um quintal com mangueiras

E uma gangorra...

Podia se ouvir os grilos

Não havia medo

Era esperar anoitecer

Vagalumes acendiam na escuridão

A gente então corria

Numa caixinha os aprisionava

Como se o segredo da felicidade

Coubesse em poucas polegadas

Saudade da infância canta na alma

Dias de chuva eram dias de festa

Pipoca ao som de colheres

Crianças fazendo casinhas de cobertas

Não havia partidas

Todos que a gente amava eram eternos

A gente mal sabia que o tempo passava

A mãe escondia as estripulias

O pai pra não parecer bonzinho

Fazia de conta que não via...

Mas com certeza cada um que amamos

Deixou marcas de amor em nós

Saudades da infância... Para sempre, guardadas.

(Sirlei L. Passolongo)